Desde Muito Tempo Atrás - Fabio Brazza, André Mota

Desde pero vaz caminha

Que o brasil caminha como formiguinha

Como se a gente tivesse andando

Como quem fizesse uma embaixadinha

Como se o tempo tivesse parado

E bola ficado em cima da linha

Desde dom pedro I que o brasil ainda é terceiro mundo

Desde dom pedro ii que o brasileiro ainda é brasileiro

Cana-de-açúcar, café, colônia de escravidão

A lama que suja o pé, a grana que molha a mão

São mais de quinhentos anos de danos impunes

Debaixo dos panos por cima das leis

Humanos mundanos mais réus do que reis

Índios, africanos, senhor português

Brasil se refez, mas ainda caminha como uma lesma

Na mesma… Na mesma

Sem zelo, senzala da vida a vala a favela

Muito mais do que são

Apelos da fala, da bala que cala e revela

Muito mais do que som

Embola, embala a bala e com gala não gela

Busca revelação

Na bola, ou na bala, ou rebola, ou rebela favela

Busca revolução

Favela

Busca revolução

Favela

Busca revolução

Favela

Busca revolução

Desde muito tempo atrás, muito tempo «atrós»

Quase desde pero vaz nunca teve vez, nem voz

Muitos contra poucos prós

Sem armani ou hugo boss

Mas pra ele que se dane os boys

Entre hereges e heróis

Das favelas aos faróis

Oprimido como os índios pelos português e espanhóis

Tantas vezes que mais de meses

Após a história muda e ele se torna feroz

Visto agora como algoz da sociedade

Na criminalidade

Arma na mão irmão, ele tem autoridade

Aos vinte de idade já é o dono da cidade

Com maldade suficiente pra causar calamidade

Então vai, atira peito, mira direito

Respira fundo e mostra pro mundo sua ira e despeito

Faz prevalecer sua voz através de um fuzil

Acho que agora finalmente alguém te ouviu

Sem zelo, senzala da vida a vala a favela

Muito mais do que são

Apelos da fala, da bala que cala e revela

Muito mais do que som

Embola, embala a bala e com gala não gela

Busca revelação

Na bola, ou na bala, ou rebola, ou rebela favela

Busca revolução

Favela

Busca revolução

Favela

Busca revolução

Favela

Bola mais um «back»

Bola no pé do moleque

Não sabe se trafica, canta rap ou joga futebol

Bala no farol, bala para o faroeste

Clack, clack, boom, boom

E mais um corpo no lençol

Procurado pela cia ou interpol

Ele é ibope, até o bope já botou na lista negra

Mas é por causa do seu hip rop top

Que não tem stop, ninguém lhe pega

Nem mesmo quando «os cop chega»

Trocou a beretta por livros, papel e caneta

E agora o moleque é muita treta

Cada letra, cada round em cima do ringue

Onde quer que ele ande é tipo gandhi e Martin luther king

Sem derramar sangue

Ainda assim não vão querer que ele se zangue

Fazendo uso da mente, munição poderosa

Favela inteligente, olha só que mistura perigosa

Então vai, atira na cabeça, mira direito

Respira fundo e mostra pro mundo sua lira e conceito

Faz prevalecer sua voz através de um microfone

Agora vão ter que te ouvir, boca no trombone

Sem zelo, senzala da vida a vala a favela

Muito mais do que são

Apelos da fala, da bala que cala e revela

Muito mais do que som

Embola, embala a bala e com gala não gela

Busca revelação

Na bola, ou na bala, ou rebola, ou rebela favela

Busca revolução

Favela

Busca revolução

Favela

Busca revolução

Favela

Busca revolução

É… Tem dois jeitos de mudar isso ai

A informação é a arma mais poderosa

Pois isso ninguém te tira, irmão

Então a questão é: Ou rebola ou rebela?

Iaê favela?

Since but empty walks

That brazil walks like a little ant

As if we were walking

Like someone doing a smackdown

As if time had stopped

And ball stayed on the line

Since Dom Pedro I Brazil is still the third world

Since Dom Pedro II the Brazilian is still Brazilian

Sugarcane, coffee, slave colony

The mud that soils the foot, the money that wets the hand

There are more than five hundred years of unpunished damages

Under the hood above the laws

Worldly humans more defendants than kings

Indians, Africans, Portuguese lord

Brazil has recovered, but still walks like a snail

In the same... In the same

Without zeal, slave quarters avala a favela

Much more than they are

Appeals from speech, from the bullet that shuts up and reveals

Much more than sound

Embola, packs the bullet and with gala it doesn't freeze

seek revelation

Na bol, or in the bullet, or rebola, or rebela favela

search revolution

Slum

search revolution

Slum

search revolution

Slum

search revolution

From a long time ago, a long time «back»

Almost since but vaz it never had a time, nor a voice

Many against few pros

No armani or hugo boss

But for him, damn the boys

Between heretics and heroes

From slums to lighthouses

Oppressed like the Indians by the Portuguese and the Spanish

So many times that more than months

After the story changes and he becomes fierce

Now seen as the executioner of society

In crime

Gun in hand brother, he has authority

At twenty he already owns the city

With enough evil to cause calamity

So go, shoot chest, aim straight

Take a deep breath and show the world your anger and spite

Makes your voice prevail through a rifle

I think now finally someone heard you

Without zeal, slave quarters avala a favela

Much more than they are

Appeals from speech, from the bullet that shuts up and reveals

Much more than sound

Embola, packs the bullet and with gala it doesn't freeze

seek revelation

Na bol, or in the bullet, or rebola, or rebela favela

search revolution

Slum

search revolution

Slum

search revolution

Slum

Ball plus one «back»

Ball at the boy's foot

Doesn't know if he traffics, sings rap or plays football

Bullet in the lighthouse, bullet for the west

Clack, clack, boom, boom

And another body on the sheet

Wanted by the CIA or Interpol

He is ibope, even bope has already blacklisted him

But it's because of your hip rop top

That there's no stop, nobody catches you

Not even when «the cop arrives»

Swapped aberetta for books, paper and a pen

And now the kid is a lot of bullshit

Every letter, every round above the ring

Wherever he goes, he's like gandhi and Martin luther king

no bloodshed

Still, they won't want him to be angry

Making use of the mind, powerful ammunition

Smart favela, look what a dangerous mix

So go, shoot in the head, aim straight

Take a deep breath and show the world your lyre and concept

Makes your voice prevail through a microphone

Now they'll have to listen to you, mouth on the trombone

Without zeal, slave quarters avala a favela

Much more than they are

Appeals from speech, from the bullet that shuts up and reveals

Much more than sound

Embola, packs the bullet and with gala it doesn't freeze

seek revelation

Na bol, or in the bullet, or rebola, or rebela favela

search revolution

Slum

search revolution

Slum

search revolution

Slum

search revolution

Yeah... There are two ways to change that there

Information is the most powerful weapon

Well, no one takes away from you, brother

So the question is: Or do you rebel or rebel?

Hey favela?