Dilúvio - Confronto

Espera a queda, tempo cinza, nuvem negra!

Anuncia a água, tormenta

As de março, verão, do poema

Da canção, da sangrenta ilusão

Que desce com a terra, dos povos da serra

Devastam os sonhos, que escorrem por elas

Dilúvio!

O pranto da serra

Moradia, um lugar, nas ladeiras, nas montanhas

Um espaço para viver, de histórias, lembranças

A mais linda e cristalina, pelo trovão se anuncia, que irriga o solo e traz

agonia

Madeira e tijolos em meio a neblina, ecoam aos gritos na noite

Vão sonhos, vão casas, vão corpos, vão praças, vão vidas, vão almas

Sangue escorre, esperança desaba

A mais fria tempestade, a desgraça das águas

Moravam ali, esquecidos assim, futuro em escombros, passado em ruína

Pouco tinha, nada resta, em meio ao barro, sangue e pedras

Tempo cinza, nuvem negra, derrame das águas, o pranto da serra

Dilúvio!

O pranto da serra

Wait for the fall, gray weather, black cloud!

Announces the water, storm

As of March, summer, of the poem

From the song, from the bloody illusion

That descends with the earth, from the peoples of the serra

Devastate the dreams, which flow through them

Flood!

The weeping of the mountains

House, a place, on the slopes, in the mountains

A space to live, of stories, memories

The most beautiful and crystalline, by the thunder is announced, which irrigates the soil and brings

agony

Wood and bricks in the fog, echo screaming in the night

Go dreams, go houses, go bodies, go squares, go lives, go souls

Blood flows, hope collapses

The coldest storm, the disgrace of the waters

They lived there, forgotten like that, future in ruins, past in ruins

There was little, nothing remains, amid the clay, blood and stones

Gray weather, black cloud, water spillage, the weeping of the mountains

Flood!

The weeping of the mountains