Ai A Noite - Dina

Cativa da sua lenda, de medos e fantasias

A noite não tem emenda e é noite todos os dias

Com as suas brincadeiras que às vezes nos deixam loucos

A noite não tem maneiras e até se mete nos esgotos

A noite chegou tão cega de não ver

Não ver a claridade, de não ver a claridade

Como um beijo que navega pelas duas

Ruas da saudade, pelas ruas da saudade

Ai ai ai ai ai ai…

Enquanto o poeta sonha e faz sonetos à Lua

A noite não tem vergonha e é de noite que anda nua

A noite estala de riso por saber que acende a chama

A noite não tem juízo, leva-nos todos prá cama

A noite chegou tão doce como, como

Um abraço de lã, como um abraço de lã

Prenhe de sombra deitou-se e deu, e deu

E deu à luz a manhã, e deu à luz a manhã

Ai ai ai ai ai ai…

Captive of your legend, of fears and fantasies

The night has no amendment and it is night every day

With your jokes that sometimes drive us crazy

The night has no manners and it even gets into the sewers

The night came so blind from not seeing

Not seeing the clarity, not seeing the clarity

Like a kiss that navigates both

Ruas da saudade, through the streets of saudade

Ouch ouch ouch ouch ouch ouch…

While the poet dreams and makes sonnets to the moon

The night is not ashamed and it is at night that you walk around naked

The night breaks with laughter knowing that it lights the flame

The night has no sense, it takes us all to bed

The night came as sweet as, as

A wool hug, like a wool hug

Pregnant with shadow, she lay down and gave, and gave

And gave birth in the morning, and gave birth in the morning

Ouch ouch ouch ouch ouch ouch…